Xistarca

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A 17ª edição do Campeonato do Mundo, realizado em Doha, no Qatar, foi a melhor de sempre, embora tenha sido realizada em local errado. Os resultados das provas de pista foram sensacionais e para tal é justo reconhecer-se que a pista (climatizada) deu forte contributo. Sem considerar a absurda estafeta mista de 4×400 m, houve recordes mundiais (um absoluto, outro de juniores), numerosos (13) recordes continentais e seis recordes dos campeonatos. Nas 42 provas de pista, obtiveram-se melhores marcas mundiais do ano em nada menos de 18 (8 masculinos e 10 femininas). E houve nada menos de 21 marcas que mexem nos top’10 de cada especialidade. Comparando com o Mundial de Londres’2017, verifica-se que houve agora, nessas mesmas 42 provas de pista, 31 marcas vencedoras melhores e apenas 11 piores. E, em relação aos terceiros lugares, 33 melhores, apenas 7 piores e 2 iguais. Neste aspeto, o setor de lançamentos foi o único a praticamente não melhorar: 3-5 em primeiros lugares, 5-2 (um igual) em terceiros.

No entanto, dois fatores muito negativos marcaram estes campeonatos: a escassez de público na grande maioria das jornadas (só animou aquando do salto em altura, ganho por um atleta da casa) e o clima impróprio para as provas de maratona e marcha, mesmo com partidas à meia-noite local (!).

Os Estados Unidos, com 14 títulos e um total de 29 medalhas, dominaram este Mundial. Os 14 títulos igualam os máximos de 2005 e 2007. As 29 medalhas só ficam aquém das 30 conquistadas em 2017. Mas há que ter em linha de conta que uma medalha de ouro foi conquistada na estafeta mista de 4×400 m, antes inexistente. O Quénia ocupou o segundo lugar do medalheiro, com cinco ouros, duas pratas e quatro bronzes (precisamente igual a 2017!) mas estes são os pecúlios mais fracos dos últimos sete Mundiais (desde 2007). Mal esteve igualmente a Jamaica, com três títulos e um total de 12 medalhas. Desde 2009, só 2017 (um só título e quatro medalhas) foi pior (ganhou sete provas em 2009 e 2015 e seis em 2013). Três países europeus estiveram francamente mal. A França passou de três títulos e cinco medalhas em 2017 para zero títulos e duas medalhas este ano, embora já em 2015 tenha estado mal (apenas dois bronzes). A Itália, que conquistou a sua última medalha de ouro em 2003 (!), conseguiu agora apenas uma medalha de bronze, tal como em 2017 (mas em 2015 não chegou a ir ao pódio…). Finalmente, a Espanha, que agora conseguiu apenas uma medalha de bronze (e algo polémica, nos 110 m barreiras) não fugiu muito do que tem sido habitual: nenhuma medalha em 2017, uma só de ouro em 2015 (o único título mundial espanhol deste século), duas de bronze em 2013, uma de bronze em 2011…

 

Por Arons de Carvalho
Fonte: https://revistaatletismo.com
Fotos: Revista Atletismo